Este blog pretende despertar a imaginação para a imagem tanto na fotografia como nas artes plasticas, e incentivar os visitantes a serem eles também criativos, tal como o próprio nome pode ser de imag(em) pode ser in ou pode ser de ation. Por isso vou dar dicas para se obter alguns resultados juntando velhas técnicas ao experimentalismo
sábado, abril 12, 2014
José Eliseu comenta o espírito artista
Comentário de José Eliseu
Não é "dom" ser artista.
É sina. Ainda por cima má.
Além de não termos nascido com as quartas bem medidas, ainda temos o problema de nunca as conseguirmos encher.
Aos olhos dos outros somos uns sortudos. - " Quem me dera ter umas mãos como as suas!" - Para quê?
Escapa-se por entre os dedos por falta de jeito, o que a maioria consegue sem jeito algum.
Criamos coisas com gozo, mas o prazer raramente é nosso. Quando o orgasmo surge já a obra não nos pertence.
É certo que vimos as coisas de modo diferente dos demais e vivemos um dia de cada vez, intensamente. Isto porque nunca sabemos como será o dia seguinte...
A única vantagem é que a crise não nos afecta. Aprendemos a viver com ela e nem damos pela falta do ministério da cultura assim como ele não dá pela nossa existência, quando alguém ocupa o lugar.
Não nos lamentamos. Somos os maiores e todos vendemos bem apesar do eco que se faz ouvir quando fechamos a porta do frigorífico.
Alimentamo-nos dos sonhos e da mentira com que fazemos a felicidade dos outros.
Abominamos aquilo a que chamam trabalho. O que fazemos não é isso. É um prazer constante entre a matéria e a ideia. A luta só termina para dar lugar a outra e a batalha nunca é igual. Ao contrário do que possam pensar, raramente cantamos vitória. Ficamos sempre aquém do desejado. O prémio pelas que alcançamos ficam no olhar de quem as vê e no coração de quem as entende.
Raros são os que procuram chegar ao topo . Eu não quero lá chegar. É sinal que parei de escalar e desisti de ir mais além, ou então morri e sou o melhor do mundo. Mas não estou para aí virado!
Hoje não fiz a ponta dum corno! Não deu. Há dias assim...
Talvez amanhã...
A liberdade de nada ter, ninguém nos tira!
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